domingo, 13 de fevereiro de 2011

VIDA BOA

Vida boa
  1. Esta vida consumida
Vida boa
Só na mente do suicida
Que se consome
Na famosa pedrinha
Que o definha, definha! Vida boa
Somente quando adormece
Pois o corpo aquieta-se
E por hora, não padece
Assim que acorda, entra em obstinação
Abre os olhos, a mente vasculha
Em busca da maldição
O famoso craque
A pedra da perdição
O corpo estremece
A mente enlouquece
O parente padece
Quase nada pode fazer
Vê o moribundo
Se acabando no submundo
Exterminando a vida
Prestes a falecer
Troca a noite pelo dia
No semblante não há alegria,
Apenas o desfalecer
Os dentes podres
Contam o seu sofrer
Vai vivendo, vai roubando
Mentindo e enganando
Durante quanto viver
Nas poucas horas de paz
Sente a saudade voraz
De quando não era viciado
Pois tinha alegria,
Tinha família
Era um rapaz admirado
Era honesto, trabalhador
Artista batalhador
Havia orgulho ao falar
Cumpria com as obrigações
Dava alegria aos corações
Em festa familiar
Mas isso tudo acabou
Em um zumbi se transformou
A espera de ser enterrado.
A você que está lendo
Pois fique aqui sabendo
Que este é a sina de
Quem usa craque,
Do dito cujo viciado!

UM PEDREIRO

O que tinha era o vazio
Já passou fome
Já assou frio
O que conquistou em abundancia
Foi exatamente o nada
A infância sumiu
Em um cabo de enxada
Tinha uma leve lembrança
Do tempo de criança
Isso lhe deixava inquieto
Notou que as bolinhas de gude
Transformaram-se em pedra
No meio de um concreto
As pipas não voaram
Não saíram do lugar
Ficaram nos breves sonhos
Com o cansaço a cochilar
Respirou fundo
Sentindo muito cansaço
Percebeu que as alpargatas
Deram lugar ao botinão
De bico de aço
Um fato triste e verdadeiro
Foi a o lápis ser trocado
Pelos tijolos e a colher de pedreiro
Triste e cansado
Levanta a vista e olha o horizonte
E observa que logo ali
Logo de fronte
Há um prédio recém inaugurado
Também construído
Por este pobre coitado.
Olhando a colher, o capacete,
O prumo e a linha
Percebeu o quanto construiu
E até agora nada tinha
Notou que algo acontecia,
Era o fim que surgia.
Respirou fundo, bem fundo
Enquanto adormecia
Se já não respirava mais
Não tinha lá importância
Pois agora com certeza,
Viveria sua sonhada infância.

SE EU...

Oi! Entre, sente-se.
Eu estou bem!
Vamos falar baixo, pois minha esposa dorme.
Por falar em esposa, vou falar dela pra você.
Dificilmente ela adormece tão cedo
como hoje, mas pobre coitada!
Quando vou a cidade fazer compras
Ela toma conta de tudo,
Trata dos animais
Ordenha as vacas,
Abastece o estoque de lenhas,
E muitas vezes vai ao rio pescar
alguns peixes para o jantar.
Toma seu banho,
Coloca seus trajes íntimos,
Deita-se e fica a minha espera.
Quando chego, tomo meu banho,
Janto, pego um bom livro e leio
Para não deitar-me de estomago cheio.
Então vou para o quarto e lá está ela,
Toda perfumada, uma linda
mulher a minha espera!
E lá vou eu para o encanto de sua beleza!
Deito-me ao seu lado
E começamos tudo aquilo
Que se faz quando temos
Alguém que amamos!
Se eu tivesse um sitio com animais,
Se eu tivesse uma casa próximo a um rio,
Se eu tivesse uma esposa,
Tudo seria assim, meu amigo!
Se eu tivesse um amigo para conversar
Com certeza não estaria tão solitário
Embaixo deste viaduto.

POR UM PEDAÇO DE CHÃO

De foice na mão
La vai o coitado!
Sofrido, pobre e humilhado!
Tudo por um pedaço de chão.
Sem rumo e sem grana,
Sem estudo e sem fama,
Vivendo de ilusão,
Queria apenas um pedaço de chão!
A cerca se quebrou,
Alguém logo gritou:
Ele está armado!
Mas, estava enganado,
Era apenas a foice,
Pra fazer um roçado
Em um pedaço de chão!
O capanga atirou,
O sem terra tombou,
Só assim ganhou,
Seu pedaço de chão!
A família chorou,
O sem terra morreu!
O povo logo o esqueceu,
Naquele pedaço de chão!

O QUE?

Em um dos sete pecados, delatou-me os lábios,
Apagou as chamas que queimaria o mundo,
Que mundo?
Que chamas?
Se me chamas me queres,
Se vou, não serei senhor,
Apenas mais um que a amou!
Quem a amou?
Sóbrio tal qual os lábios de um lobo,
Como o paladar de uma víbora,
Afogo-me em vossa seiva!
Presas? Presas já não me prendem,
O pássaro é livre,
Eu sou livre!
É só mentir que sou!

MEU CAMINHO

No meu caminho encontrei logo de inicio, uma linda borboleta, enquanto eu dava meus pequenos passos, ela voava sobre minha cabeça, tornando assim meus dias mais felizes.
Até que um dia não a vi mais, então encontrei um pequeno porco, enquanto eu andava, o porco crescia e engordava, fechando cada vez mais minha passagem, estava cada vez mais difícil minha caminhada.
Apesar de tudo continuei andando, afinal não podemos parar nosso trecho.
No meu caminho havia um porco que seguia sempre à minha frente, com toda a porquice que poderia ter ou fazer, e assim seguia, então encontrei um ouriço, enquanto mais eu tentava passar o porco, o ouriço irritava-se e feria-me com seus espinhos, agora eu tinha que passar pela porquice espalhada pelo caminho e desviar dos espinhos do ouriço.
Se todos os nossos problemas fossem apenas dois, seríamos felizes, para tornar-se mais perigosa a minha caminhada, encontrei uma cobra, que se rastejando ao lado dos outros bichos traiçoeiramente tentava picar-me, com todo cuidado seguia eu.
Deste ponto em diante, hora outra surgia uma borboleta, uma pombinha branca, que logo em seguida era afugentada por um gavião.
Num determinado ponto do caminho encontrei um urubu, este, assim que avistou-me, começou a acompanhar-me sobrevoando sobre minha cabeça. Pensei em desistir, pois parecia agouro, mas após refletir bem, continuei, ao contrário eu seria covarde e egoísta, egoísta sim, pois ao interromper minha caminhada, outros não seguiriam meus rastros e minha mísera vida não teria sentido, também não seria um bom exemplo.
Continuei a caminhar por este complicado caminho cheio de bichos, para complicar mais ainda, encontrei um leão, este veio para devorar-me, pois não olhava para os outros, só via a mim. A raiva, a fome, a insegurança, a doença, o vicio, tudo isto dele era eu, que, continuava consumindo-me nesse caminho cada vez mais estreito.
Cada vez mais cansado, mais, ......... Continuei....... Continuei, ....... Até que..............

Campinas SP. 03/ 06/ 2006 Dul Victor

EU A PERDI

Infelizmente eu a perdi
Não sei explicar o que senti,
Fiquei ali parado,
Pensativo, preocupado,
Quando eu mais precisava
Ela me faltava,
Fui o único culpado!
Fiquei ali, parado, mudo,
Afinal parou tudo,
Não tinha como continuar
Eu não iria mais sair,
Não iria me divertir,
Não iria mais passear
Procurei, como procurei!
A todos eu perguntei
E ninguém a viu,
Que coisa incrível,
Era insubstituível,
Mas ela sumiu!

De repente a mente despertou
Meu coração palpitou,
Já sei onde ela está!
É meu companheiro,
Ela está no palheiro!
E uma agulha no palheiro
É dificil de achar!

Vou fazer uma modificação,
Vou agora mesmo ao barracão,
Toda a palha de lá vou tirar,
A agulha vou encontrar,
Minha calça vou remendar
E no baile poderei dançar!

11 de março de 2009
Campinas SP: Dul Victor

ERMITÃO

De caneta na mão
Mente vazia
Queria dizer algo
Queria fazer algo
Mas nada saia
Tanta coisa pra escrever
Tanta coisa pra dizer
Mas nada existia
Olhava pra lá
Olhava pra cá
Apesar de estar atento
Mas nada via
Talvez uma piada
Talvez uma poesia Talvez um conto
Observando, a brisa, o vento
As estrelas, a lua
A pobre vida sua
A casa deteriorada
A cama desarrumada
Isso! Finalmente algo existia
falaria sobre sua lida
Sobre sua vida
Mas a quem interessaria?
Um pobre ermitão
vivendo neste sertão
Que livro daria?
Deixe pra lá
O lampião esta se apagando
O sono está chegando
Vou descansar
Uah!! Que sono!
Fuuu!
O lampião se apagou
O ermitão adormeceu
Nada escreveu
E você, que seu tempo perdeu?

CHUVA

Chuva que molha a terra,
Que leva os grãos de areia a banhar-se no mar
Purifique este pobre diabo
Por não entender seu próprio ser!
Tornarão limpos os devorados pelos peixes,
Pois quando os devoramos, nos purificamos!
Porque corremos atrás da felicidade,
Se quando a tivemos não entendíamos o que era?
Chuva que alimenta a terra, alimenta minha alma
Com o saber!

De Dul Victor.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

COOPERATIVA DOS ARTISTAS DE CAMPINAS

No ano passado, os artistas, autores e poetas: Dul Victor, Hamilton Dambroski, Pablo Ruiz, Andressa Sullivan e outros, se reuniram e resolveram fundar uma cooperativa que cuidasse dos interesses de todos, principalmente a respeito dos direitos autorais sobre musicas e poesias.
Ta aí, a cooperativa está praticamente fundada, se você pertence a uma dessas categorias

, entre em contato e filie-se.

E-mail: cooperativadosartistas@yahoo.com.br
Fones de contato: (19) 3236-9926 (Falar com Regina)
Ou (19) 9182-9949 (falar com Zilda)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A COAPAR (Cooperativa dos Artista, Poetas e Autores da Região.


A COAPAR Entra com tudo em campinas, cuida dos seus direitos autorais, como: Poeta, Artista de varios generos,  autores de roteiros, peças de teatro e compositores.
Também está com um projeto de apoio aos poetas e escritores para lançamento de livros.
Filie-se a Coapar de Campinas, você só tem a ganhar.



www.soccaas.blogspot.com